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Holy bat, Shitman! That's wrong! I think it's "Bat shit holy man"! Well, maybe not. A primeira foi identicada nos vales dos rios Purus e Acre e denominada Tradio Quinari, enquanto que a segunda est situada nos vales dos rios Juru, Tarauac e Muru e recebeu o nome de Tradio Acuri.

A presena de duas distintas tradies ceramistas nos dois maiores vales acreanos parece indicar que a diferenciao histrica e cultural da populao dos vales do Juru e Purus mais antiga do que se pensava. Entretanto, nem todos os stios arqueolgicos j localizados no Acre esto classicados numa dessas duas tradies ceramistas, podendo ser identicadas ainda outras tradies pr-histricas na regio.

Os geoglifos, como vm sendo ultimamente chamados, so grandes stios com formas geomtricas - crculos, quadrados, hexgonos e diversas outras composies - que variam entre e metros de dimetro. Aparecem principalmente em duas reas: no divisor de guas entre os rios Acre e Xipamanu e no divisor de guas entre os rios Acre e Iquiri.

Essa localizao revela que os povos que construram essas misteriosas guras com terra local, tinham preferncia pela ocupao da terra rme em vez de habitarem ao longo das margens dos principais rios da regio. Quanto razo que levava esses grupos pr-histricos a construir as grandes estruturas de terra - que tanto poderiam servir para defesa, como para a agricultura, ou mesmo para a realizao de festas e ritos - ainda no se pode armar nada.

Porm, uma coisa certa: no se tratam de sinais deixados por extraterrestres no solo acreano, na linha do eram os deuses astronautas. J que a maioria desses stios apresenta cermica arqueolgica, o que indica que foram construdos, utilizados e talvez habitados por grupos indgenas pr-histricos. Apesar de ainda no possuirmos dados resultantes da anlise do material arqueolgico desses stios, as primeiras informaes mostram que os geoglifos parecem guardar algumas relaes com ocorrncias arqueolgicas do Llano de Mojos, regio alagvel e muito frtil ao norte da Bolvia, onde foram construdos grandes aterros para agricultura durante a pr-histria.

O que refora os indcios de contatos prolongados entre as civilizaes andinas e os povos da Amaznia ocidental desde muito antes do que se imagina. Mas s a realizao de novas pesquisas arqueolgicas ser capaz de responder essas e outras questes sobre nosso mais distante passado.

Tempo das malocas Em linhas gerais a ocupao indgena dos altos rios Purus e Juru correspondia a uma diviso territorial entre dois grandes grupos lingsticos que apresentavam signicativas diferenas. No Purus havia o predomnio, mas no a ex-. J no vale do Juru havia o predomnio, tambm no exclusivo, de grupos falantes da lngua Pano.

Essa diviso territorial por vales entre grupos lingsticos dominantes parece ter sido semelhante quela que os arquelogos detectaram atravs das tradies Quinari e Acuri. Mas o registro histrico e lingstico apontou que alm dessa diviso aparentemente simples, havia tambm grupos falantes da lngua Katuquina nos auentes situados entre o mdio Purus e o mdio Juru, ao norte do atual estado do Acre, j em terras do Amazonas. Alm disso, havia outros povos de lnguas Pano e Takana, ambas do mesmo tronco lingstico Pano, que se encontravam mais ao sul, no alto curso do rio Acre, no Abun, no Xipamanu e no Madre de Dios at sua conuncia com o rio Madeira.

Para facilitar a compreenso desse quadro, levando em consi-. Grupos pouco aguerridos eram comumente submetidos por outros grupos mais fortes ou se refugiavam na terra rme, espalhando-se por diversos auentes de ambas as margens do mdio Purus. Entre os diferentes grupos dessa regio estavam os Jamamadi, os Kamadeni e muitos outros j desaparecidos.

Recentes anlises de lingistas atribuem a essa famlia uma antigidade de cerca de 2. Subindo esses rios, do norte para o sul, habitavam os Apurin, Na verdade, estes grupos se espalhavam desde a conuncia do Pauini com o Purus at a regio das encostas orientais dos Andes, desde aproximadamente 5. E chama a ateno como puderam se manter por tanto tempo no domnio de uma regio to vasta e to rica ecologicamente. A pr-histria registra que muito antes de resistir ao avano dos homens brancos sobre suas terras, os Aruak ou Antis, como eram chamados pelos Incas, j haviam resistido com sucesso chegada dos falantes da lngua Pano e a expanso das civilizaes andinas.

Alguns bastante aguerridos, como os temidos Pacaguara, outros mais sociveis como os Kaxarari que mantinham ativo contato com. Mesmo pertencendo ao tronco lingstico Pano, a lngua Takana de origem mais recente, tendo surgido entre 3. Algumas caractersticas destes grupos apontam para um surgimento relativamente recente, h cerca de 2.

Esses grupos pouco numerosos cavam apertados entre os povos Aruak ao leste e os Pano a oeste, restando a eles a explorao das terras rmes, menos ricas em suprimento alimentar que as margens dos grandes rios.

Todos fazendo parte de um tronco lingistico muito antigo, com cerca de 5. Com seu carter guerreiro, os Pano conquistaram seu territrio atravs da guerra contra tribos de outras lnguas, mas tambm contra grupos do mesmo tronco. Isso explica, em parte, a grande fragmentao que as muitas tribos Pano apresentavam quando nalmente os brancos comearam a chegar na regio. Como entre os Apurin e os Manchineri, nos rios Purus e Iaco, onde foi estabelecido um amplo territrio despovoado que servia para evitar contatos e conitos, j que esses dois grupos Aruak viviam em guerra.

Por outro lado, existem registros do estabelecimento de aldeias conjuntas de grupos Aruak e Pano, para resistir ao avano das ordens religiosas pelo vale do Ucayali a partir do sculo XVII. Mesmo com tantas histrias de conitos, durante os milhares de anos em que as aldeias foram compostas por grandes malocas coletivas, o povo vivia do que lhes dava a oresta e se podia fazer grandes festas por ocasio da colheita estabelecendo um sutil equilbrio econmico, ecolgico e social na regio.

Ao se iniciar o sculo XIX, cada grupo familiar ou tribal possua territrios claramente denidos e os relacionamentos entre esses grupos obedeciam no s s semelhanas tnicas e culturais, mas tambm s alianas que foram sendo estabelecidas ao longo do tempo.

Algumas informaes indicam que havia extensas redes de comrcio e comunicao cortando os diversos vales acreanos e por elas chegavam notcias e produtos de reas longnquas. Chandless, em sua viagem ao rio Aquiri, noticiou que os Apurin comumente recebiam dos Kaxarari pedras trazidas dos rios Abun e Madeira para fabricar Outros relatos contam que era possvel sair do rio Javari e, utilizando a vasta rede indgena de caminhos e varaes, chegar ao vale do rio Madeira depois de uns poucos dias de viagem, em passo de indio claro!

Por isso, desde os grupos indgenas mais fortes e numerosos que ocupavam as vrzeas dos rios at os menores grupos familiares que perambulavam pelas cabeceiras, todos possuam liberdade e com ela a possibilidade de ser feliz. Tempo das correrias Quando, a partir de , comearam a acontecer as primeiras viagens de explorao se constatou, no s a presena indgena, mas a grande riqueza natural dos rios acreanos, despertando a cobia dos exploradores. J em tinha incio uma verdadeira corrida do ouro que fez com que em poucos anos os rios acreanos fossem tomados de assalto.

Milhares de homens vindos de todas as partes do Brasil e do mundo passaram a subir os rios estabelecendo imensos seringais em suas margens. Era a febre provocada pelo ouro negro, a borracha extrada da seringueira que depois de defumada era exportada para abastecer as indstrias europias e norte-americanas, cada vez mais vidas por esse produto.

Em a empresa seringalista alcanava a boca do rio Acre subjugando todo o mdio Purus e j em ultrapassava a linha Cunha Gomes, limite terminal das fronteiras legais brasileiras. Ao mesmo tempo os caucheiros peruanos vindos do sudoeste cortavam a regio das cabeceiras do Juru e do Purus, enquanto que os primeiros seringalistas bolivianos comeavam a se expandir pelo vale do Madre de Dios e invadiam as terras acreanas pelo sul. Em poucos anos, os povos nativos da regio se viram cercados por brasileiros, peruanos e bolivianos, sem ter para onde fugir ou como resistir a enorme presso que vinha do capitalismo internacional que dependia da borracha amaznica.

De senhores desta terra os povos nativos da Amaznia sul-ocidental. Foi quando surgiu a prtica das correrias: expedies armadas feitas com o objetivo de matar as lideranas das aldeias, aprisionar homens para o trabalho escravo e obter mulheres que seriam vendidas aos seringueiros.

Foi um tempo de terror. So muitos os relatos de correrias quando, depois de queimadas as malocas e mortos os principais guerreiros, os vencedores se divertiam jogando as crianas para cima e aparando-as com a ponta do punhal numa demonstrao cruel de habilidade no manejo das armas.

Como se isso no bastasse, junto com os brancos chegaram tambm muitas doenas contra as quais os ndios no possuam resistncia. O sarampo, a gripe, a tuberculose e outras doenas rapidamente se alastraram entre os grupos indgenas da regio dizimando aldeias inteiras diante dos pajs que no sabiam como curar aquelas molstias desconhecidas.

Ainda assim a reao dos diferentes grupos indgenas acreanos a chegada dos no-ndios foi to variada como eram diversicadas as culturas aqui presentes. Uma boa parte das tribos de lingua Aruan e Aruak, como os Jamamadi, Apurin, Manchineri e Ashaninka decidiram colaborar em certa medida com os brancos. Muitos ndios tornaram-se remadores, guias, mateiros, seringueiros.

Algumas aldeias passaram a se relacionar com seringais negociando os produtos da caa ou de sua lavoura em troca de ferramentas, armas e objetos dos brancos. Por outro lado, os grupos de lingua Pano, em linhas gerais, resistiram invaso de seus territrios ancestrais, evitando contatos ou relaes de qualquer espcie com os brancos.

O resultado imediato foi a perseguio e o extermnio de todos os grupos que dicultavam a abertura dos seringais ou a extrao do caucho. A perseguio promovida contra os ndios foi intensa e certos grupos comearam a esconder sua identidade, como um pequeno grupo de Jaminaw que passou a se dizer Katukina para evitar a perseguio.

Essa dura realidade de confrontos perdurou pelos primeiros trinta anos da ocupao no-ndia da regio. Entre e o ritmo da explo-. Como os Canamari que desapareceram da grande oresta, ou os Takana que migraram para o sul at a Bolvia para nunca mais retornar ao territrio acreano, ou ainda os Apurin que tiveram seus vastos domnios reduzidos a ponto de no possurem hoje nenhuma terra indgena demarcada no estado do Acre, parte de seu territrio ancestral.

Tempo do cativeiro As conseqncias da febre do ouro negro foram terrveis para os grupos indgenas da Amaznia. Nem o m do primeiro ciclo da borracha, em , diminuiu a presso sofrida por esses grupos j to enfraquecidos. Diante dessa nova realidade, com grandes e poderosos seringais espalhados por todos os principais rios, nunca mais seria possvel retomar as antigas formas de organizao social.

Alguns pequenos grupos ainda conseguiram se refugiar nas cabeceiras mais isoladas, mas a grande maioria dos ndios do Acre foi obrigada a se modificar para no desaparecer. Passaram a adotar ento o modelo de casa cabocla que o branco utilizava, comearam a depender das ferramentas dos brancos, foram perdendo suas lnguas maternas e aprendendo o portugus ou o espanhol.

Comeava assim uma etapa da histria dos povos nativos do Acre que se estendeu por um longo perodo, entre e A acentuada queda nos preos internacionais da borracha fez com que casse cada vez mais difcil trazer nordestinos para o corte da seringa. O gradativo esvaziamento dos seringais da regio levou a necessidade cada vez maior do aproveitamento dos ndios como mo de obra.

Muitos foram os patres que reuniram grupos dispersos de diversas etnias para trabalharem em seus seringais. Alguns desses patres chegaram a ser reconhecidos como amigos dos ndios, como ngelo Ferreira, famoso amansador de ndios, que reuniu muitos Kaxinaw, Jaminaw e Kulina, entre outros para trabalhar sob suas ordens.

Mas a maioria dos patres tratava os ndios ainda pior do que os seringueiros. Anal de contas, como no sabiam ler e pouco entendiam da lngua dos Com isso os ndios acumulavam enormes dvidas com os barraces dos seringais e acabavam se tornavam prisioneiros de seus patres. Quanto aos pequenos grupos indgenas que conseguiram se refugir no centro da mata ou nas cabeceiras, os ndios brabos como ainda so tratados, foram caados sistematicamente para serem amansados e assim poderem ser incorporados nossa sociedade.

Ainda assim, alguns destes grupos conseguiram escapar ao domnio dos no-ndios e resistiram ao cerco cada vez mais apertado da nossa civilizao, perambulando sempre, sem parar nunca, varando pela regio das cabeceiras onde os rios e os brancos no chegam. Tempo dos direitos Durante sete dcadas de cativeiro os povos nativos do Acre sofreram uma enorme degradao de suas culturas tradicionais. O peso dos preconceitos da sociedade no-ndia, a expropriao de suas terras ancestrais, a falta de polticas de assistncia, de educao ou de sade, levou-os a uma grave condio econmica e social.

Essa situao s comeou a mudar a partir de com a instalao da primeira Ajudncia da Funai do Acre e sul do Amazonas. Comeava assim uma longa luta pela demarcao das terras ancestrais dos povos nativos do Acre. Boa parte dessa luta foi empreendida por diversas entidades indgenistas no-governamentais, como a CPI, o COMIN e o CIMI, mas principalmente pelas prprias lideranas indgenas que ao mesmo tempo em que adquiriam conscincia de seus direitos passaram a buscar a organizao de um movimento indgena politicamente articulado.

Surgiram, ento, em diversas aldeias as primeiras cooperativas que proporcionaram condies objetivas para que as comunidades se libertassem do domnio dos patres. No se deve imaginar que esse processo se deu sem conitos. Pelo contrrio, os patres que se achavam. Para complicar ainda mais a situao, o processo de venda dos seringais acreanos para os paulistas, que havia sido iniciado no governo Dantas, trouxe para a regio grandes empresas com interesses e projetos agropecurios que provocaram a expulso dos seringueiros de suas terras.

Isso resultou em muitas emboscadas, histrias de pistoleiros e jagunos, mortes anunciadas ou no. Mas foi graas ao acirramento dos graves conitos sociais que se alastraram por toda a regio que surgiu a Aliana dos Povos da Floresta - formada por ndios, seringueiros e ribeirinhos - que mesmo s custas do sangue de muitos conseguiu barrar o avano da explorao predatria das orestas acreanas.

Tempo Presente Felizmente a histria da Amaznia Ocidental pode registrar que essa luta, que hoje no s dos povos nativos mas de boa parte da sociedade acreana, vem obtendo resultados positivos. Atualmente so vinte e oito terras indgenas j demarcadas e asseguradas para os povos nativos da regio, mas ainda falta conseguir a regularizao de outras quinze terras indgenas.

Grandes conquistas j foram obtidas. Hoje existe uma educao diferenciada para os povos indgenas que fruto de um longo e maduro trabalho de muitos indgenas e indigenistas. Hoje existem diversos agentes de sade indgenas que do assistncia permanente s suas comunidades. Hoje j comeam a se colher os primeiros frutos do trabalho dos agentes agro-orestais indgenas que esto incorporando a parte boa da tecnologia a favor de seus parentes. Mas ainda h muito a se conquistar pois o tempo dos direitos esta s comeando.

No deixa de ser muito importante o fato de que no mesmo ano em que a sociedade no-ndia comemora o centenrio da Revoluo Acreana e da criao de um lugar no mundo chamado Acre, acontea tambm o III Encontro de Culturas Indgenas do Acre e Sul do Amazonas, quando todas as etnias dessa milenar regio invadem a cidade de Rio Branco para cantar, danar e anunciar seu direito vida e felicidade, to indios quanto aqueles isolados que ainda perambulam pelas intocadas orestas das cabeceiras. Gente da mata Tereza Almeida Cruz Nos altos rios Purus e Juru, embrenhados na mata e mergulhados em suas tradies ancestrais, viviam os Jamamadi.

Tiveram seu mundo invadido em meados do sculo XIX pelos exploradores das riquezas da oresta. Relatos da poca expressam que os Jamamadi, habitantes tradicionais das reas de refgio, foram conhecidos como uma nao bastante numerosa, com muitas aldeias, considerados paccos agricultores e caadores.

Inicialmente apenas apareciam beira do Purus para observar o movimento dos no-ndios. No demorou muito, logo foram forados a trabalhar nos seringais, onde cavam temporariamente, uma vez que suas famlias permaneciam no centro da mata. A compreenso dos Jamamadi muito complexa. A partir dessa mesma dcada surge uma literatura etnogrca que busca sua autodenominao e assim surgem as referncias aos Deni, Jarawara, Banaw-Ja, Catanamadi, Yamamind, Jamamadi.

Com a denominao genrica de Jamamadi ou Yamamadi, que signica gente da mata, passaram a ser conhecidas as vrias dezenas de grupos Deni que ocupavam basicamente as regies citadas acima. O povo Jamamadi pertence famlia lingstica Araw, um subgrupo dentro do tronco lingstico Aruak. De acordo com um levantamento realizado em , contam com uma populao de apenas pessoas. Destes, o grupo mais numeroso o do igarap Santo Antnio.

Quando os Jamamadi passaram Essas malocas agrupavam em torno de 50 a 70 pessoas, lideradas por um Baikan. Tudo indica que cada maloca abrigava uma parcialidade. Aps o contato passaram a residir em casas semelhantes a dos seringueiros. A base da organizao social Jamamadi o grupo de denominao que tem como elementos congurativos a aldeia, o grupo masculino e as relaes de anidade.

Ou seja, o fator determinante para pertencer a um grupo de denominao dado pela linha paterna. Entre os Jamamadi a regra preferencial de casamentos entre primos cruzados bilaterais. As atividades produtivas esto organizadas nas unidades familiares, atualmente representadas pelas famlias nucleares. Assim, cada famlia possui um roado. As tarefas referentes agricultura esto relacionadas ao perodo das festas mais importantes, que culminam com as queimadas, para as quais realizam rituais especcos.

Produzem princi-. No tocante aos hbitos alimentares, a caa e a pesca so componentes fundamentais, constituindo-se a base da alimentao desse povo. A pesca pode ser realizada por ambos os sexos. J a caa executada apenas pelos homens. A principal atividade comercial a extrao da castanha do Brasil, atividade que mobiliza os homens durantes os meses de janeiro a abril. A criao de gado bovino uma atividade recentemente introduzida no Goiaba e no Iquirema.

Todavia, o gado no serve como alimento, dele retirando apenas o leite para as crianas. A cultura material Jamamadi muito rica, tendo sua expresso mais original no grupo dos Sivakoedeni, habitantes do igarap Santo Antnio. A cermica produzida pelas mulheres muito bem feita. Produzem potes, vasilhas, tigelas, pratos, panelas. Tambm fazem as buzinas Huri-Huri de argila, que servem para emitir sons como forma de comunicao entre eles.

Cada nota ou seqncia de tons representa um tipo de aviso. As mulheres produzem ainda cestaria de boa qualidade: paneiros, cestos, peneiras, tapiti, abanos e vassouras. Alm do uso domstico, todos esses produtos tm boa aceitao no mercado, despontando como uma alternativa econmica para essas comunidades.

Em alguns grupos Jamamadi as mulheres trabalham com o algodo, tecem as redes, adornos para o corpo e os para os enfeites ou para amarrar as echas. Os homens confeccionam. Produzem canoas de casca de jatob e gamelas empregadas para colocar a macaxeira ralada. Tambm so os homens que fazem os adornos de cabea, brao e cinturas, tendo como matria-prima a envira ou couro de animais, ornamentos utilizados por eles em festas.

Na cosmoviso Jamamadi, a doena e todo o mal que atinge uma pessoa ou todo o grupo provocada por algum, e que ao ser identicado responsabilizado por isso e algumas vezes morto.

O paj zopinehe pode fazer tanto o bem quanto o mal. As epidemias que atingiram e ainda atingem os Jamamadi so consideradas feitio. Em razo disso houve uma perseguio aos pajs, quando vrios foram sacricados em emboscadas.

Isso ajudou na disperso desse povo, sobretudo dos habitantes da terra indgena igarap Capana. Segundo Rangel, a tradio Jamamadi composta de um conjunto de rituais que tem seu auge nos meses de junho, julho e agosto. Passam esses trs meses praticamente em festas ininterruptas. Os moradores da terra indgena Capana j no as tm mais com tanta intensidade, mas no Santo Antnio as festas so intensas nessa poca do ano, juntando todas as famlias numa mesma colocao.

As festas Jamamadi evocam abundncia alimentar. Outras formas de expresso cultural so os jogos e brincadeiras, tendo um considervel valor dentro dessa sociedade, pois permite dissipar o clima de tenso entre famlias, comemorar e entrosar visitantes e Essas brincadeiras consistem em jogo de fora, onde se opem homens e mulheres, disputa de objetos, corridas e outras.

Desde o incio da dcada de , o Conselho Indigenista Missionrio CIMI desenvolve um trabalho de apoio s aldeias Jamamadi do municpio de Boca do Acre, na linha da educao, sade, transporte, desenvolvimento scio-econmico. Uma das atividades econmicas que o CIMI h anos ajuda a organizar a coleta da castanha e sua respectiva comercializao, em vista das diculdades que os Jamamadi tm de negociar com os no-ndios, pois quase no conhecem dinheiro.

O projeto visa criar uma nova alternativa alimentar e econmica na perspectiva de um desenvolvimento sustentvel para essas comunidades indgenas. Os Jamamadi e as armadilhas do tempo histrico. HECK, E. Relatrio sobre os Jamamadi. Relatrio nal de implantao do Projeto de 50 enxames de abelhas sem ferro meliponas em duas comunidades indgenas Jamamadi.

Um povo reservado Cely Melo de Almeida muito difcil falar sobre os Kamadeni, pois no encontramos nenhum estudo referente a este povo, que vive isolado numa rea localizada entre o mdio e o alto rio Mamori, desde a margem esquerda do Igarap Grande na Bacia do Purus.

Os Kamadeni ocupam imemorialmente essa rea, inclusive resultando numa seleo natural das espcies de cultivo, fazendo com que tenham uma pequena variedade alimentar de origem vegetal, fato este que refora seu precrio estado de sade.

Do pouco que se conhece do povo Kamadeni, sabe-se que se trata de um subgrupo Deni e faz parte da famlia lingstica Aruak. Sua populao estimada em 64 pessoas e se distribuem em 14 famlias nucleares. Organizados em famlias nucleares, os Kamadeni ocupam stios ao longo de toda extenso de sua terra. Este povo tem como caracterstica o isolamento, pois procuram viver no interior da floresta, ocupando sempre o alto dos igaraps.

Sua cultura material muito bonita, chama a ateno para a fabricao e uso da gravatana, uma arma de sopro, com a qual atiram um tipo Produzem, tambm, vasos de cermica envernizados com resina de jatob, cestas, paneiro e bolsas muito bonitas. Seu artesanato levado pela comunidade para a UNI, onde vendido, e o dinheiro arrecadado devolvido ou utilizado na compra de objetos que os Kamadeni esto necessitando na aldeia. Os Kamadeni possuem uma economia de subsistncia, embora seja reduzida a variedade de cultivos que desenvolvem, resultando na precariedade alimentar.

Na dieta alimentar faz parte tambm a carne de caa,. Foto: Fernando Figali. Trabalham ainda com a extrao de madeira, mas so espoliados pelos azeites - sujeitos que demonstram ser amigos dos ndios, mas na verdade os exploram -, sub-empregando os Kamadeni e, pior ainda, desorestando suas reas.

Com relao ao extrativismo, hoje em dia os Kamadeni no se dedicam mais ao corte da seringa, no entanto trabalham com a extrao de leos medicinais de copaba e andiroba, para ns comerciais.

Suas aldeias so divididas em duas metades matrimoniais: Xoaporuneru e a Metumotu. O fator que determina o pertencimento a uma ou outra metade estabelecido pela linha paterna e expressa no sistema de nomeao. O ideal que sempre se case um Xoaporuneru com um Metumotu. A organizao social do povo Apurin se d em pequenos grupos familiares e deste modo que se distribuem as comunidades. Encontram-se dispersos em 20 terras indgenas em sete municpios do Estado do Amazonas, com uma considervel populao de 3.

Em Boca do Acre e Pauini, sul do Amazonas so 1. Tal como os demais povos indgenas da regio da Amaznia Ocidental, os Apurin passam a ser contatados pelos no-ndios na segunda metade do sculo XIX, quando a empresa seringalista invade suas terras em busca da borracha. O processo de ocupao da regio do Purus, a partir da dcada de , forou os Apurin a se tornarem seringueiros, castanheiros, entre outras ocupaes de interesse das frentes extrativistas.

Esse engajamento na explorao extrativista desarticulou a organizao social prpria desse povo. Os que sobreviveram foram forados a abandonar a cultura Apurin e at mesmo a lngua materna. Com relao a aspectos prprios da cultura apurin, convm destacar o papel dos pajs, cujo exerccio da funo implica em rigoroso processo de preparao.

O candidato a paj deve viver na oresta durante trs Ainda hoje os velhos pajs ocupam lugar de destaque, pois a eles atribudo o mximo de qualidades e faculdades. Nas curas de doenas fazem uso da suco, em rituais sempre precedidos do uso do rap. A atuao dos pajs no uso dos poderes xamnicos destina-se tambm a feitios, os quais, por vezes, resultam em conitos violentos, em aes de vingana entre famlias ou em confrontos inclusive entre grupos de parentesco consagneo..

Outro aspecto particular da cultura apurin o xingan ou kenuru dana do tucano , ritual tradicional realizado por ocasio de luto e outros motivos, marcado pelo simbolismo guerreiro. Durante a cerimnia, os convidados chegam armados, pintados e enfeitados, enquanto que o grupo local vai ao encontro deles. No encontro, os lderes travam uma discusso, cortam sanguir skira , que signica falar a lngua apurin. Com esse rito apagam-se os conitos para ressaltar as alianas. A caiuma um elemento essencial nas cerimnias apurin e est presente em todas as festas.

Trata-se de uma bebida feita de macaxeira num processo de fermentao cujo preparo leva dois dias. Com relao cultura alimentar, o peixe o alimento bsico. Pescam e caam para o consumo e criam animais de pequeno e grande porte em escala subsistencial.

Cultivam a macaxeira para a produo de farinha , o arroz, milho e feijo. Complementam sua alimentao com frutos silvestres como piqui, bacuri, bati, cacau bravo, caju, pupunha, buriti e abacaba, cujo vinho muito apreciado. O extrativismo hoje constituise em atividade essencial do povo Apurin, especialmente na coleta da castanha, palhas e sementes de palmeiras com as quais fabricam seus artesanatos.

Tradicionalmente utilizam como matria-prima o endocarpo caroo dos frutos e as palhas de palmeiras como tucum, jarina, inaj, murmuru e aa, para fabricao de artesanatos como adornos de sementes, colares, gargantilhas, pulseiras, brincos e anis. Utilizam ainda outros recursos naturais como a casca de um arbusto carrapicho , que aps retirada, batida, lavada e posta para secar, transforma-se em um barbante muito resistente usado como o, denominado de envira, para juno das peas.

Da cultura Apurin faz parte. Usando como matria-prima cips, malva, amb, timb, arum e bras de palhas so confeccionados paneiros, peneiras, vassouras, cestos, balaios, tipitis, abanos e chapus.

Dominam tambm a cermica, com produo variada de pratos, panelas, fogareiros e potes de barro. Convm destaque na cultura desse povo tambm a arte plumria, especialmente na produo de adornos de cabea, muito usados em festas. Quanto aos arcos e echas, estes so produzidos da pupunha brava e suas pontas so de yuata espcie de taboca.

O artesanato congura-se hoje em uma fonte econmica para esse povo e resgata parte da cultura apurin, alm de envolver toda a famlia no processo, desde a coleta dos recursos naturais na oresta feita por jovens e adultos do sexo masculino, at o acabamento nal sob a responsabilidade das mulheres, sejam crianas, jovens ou adultas. Encontra-se tambm em andamento um projeto de revitalizao e incentivo ao artesanato da cultura Relatrio sobre a identicao da rea a ser ampliada aos limites j demarcados do P.

Boca do Acre. Em a Terra Indgena Mamoadate foi demarcada com uma rea de Porm, no possui produtos naturais de comercializao imediata, tais como seringa, caucho e castanha. A ausncia de produtos para extrativismo tem suscitado uma questo crucial para os ndios e para o rgo indigenista ocial, a FUNAI: que alternativas econmicas os indgenas poderiam se dedicar para garantir renda para aquisio de produtos que atendam suas necessidades bsicas. Uma alternativa proposta foi o projeto de cultivo de caf.

No entanto, esse projeto ou qualquer outro, para ser viabilizado deve levar em conta outros problemas como o da terra indgena compartilhada por dois povos - os Jaminawa e Manchineri -, que alm de possurem culturas diferentes, no passado tinham relaes no amistosas entre eles, devido s condies a que foram submetidos durante as correrias. Os segundos so acusados de serem colaboradores nas correrias sofridas pelos primeiros. Evidente que em situaes normais esses fatos no vm tona, porm, quando esto alcoolizados as mgoas aoram e os conitos emergem.

O povo Manchineri caracteriza Na sua cultura tradicional confeccionavam e usavam uma espcie de camisolo ou poncho, bastante comprido, em algodo, costurado nas laterais e com abertura para a cabea e os braos.

Os Manchineri caracterizam-se ainda como povo essencialmente ribeirinho. Vivem em constante deslocamento rio abaixo e rio acima, mesmo tendo suas habitaes xas. Fabricam suas canoas, que so ubs de cedro, caracterizando-se por serem muito compridas, pesadas e feitas com extrema tcnica.

As atividades e funes nas comunidades so distribudas de acordo com o sexo. Existem atividades exercidas exclusivamente pelos homens, tais como cortar a mata, preparar o solo para plantio, confeccionar os instrumentos de trabalho, equipamentos de caca,. As atividades de competncia das mulheres so conservar os roados, realizar a maior parte das colheitas, cultivar algodo e algumas ervas medicinais, fabricar as bebidas, tecer e ar o algodo.

Algumas tarefas como confeccionar objetos de cestaria, pescarias coletivas, colheita de produtos agrcolas, coletar frutos, entre outras, constituem tarefas comuns a ambos os sexos. Quanto aos hbitos alimentares, a caa e a pesca representam a base da dieta alimentar nas comunidades Manchineri. Como instrumento de caa, fazem uso de espingarda e arpo e, por vezes, arco e echa ou terados.

Na pesca a tarrafa o instrumento preferido. Geralmente utilizam-se tambm de anzol, arpo e tingui. Os animais preferidos nas caadas so a anta, veado, porquinho, caititu, queixada, paca, tatu, macacos e cotia. Na organizao social e poltica, aos velhos competem as funes de conselheiros, de repassar as tradies, preservar os mitos e exercer funes em cerimoniais. Porm, grande parte das tradies sociais, polticas e religiosas foram abandonadas, j no contam com os tradicionais chefes polticos.

Com os novos tempos e o territrio demarcado, abriu-se a possibilidade de conquistar o reconhecimento, contudo o resgate cultural um processo lento. Para que os problemas, principalmente de invaso, no aconteam, o governo deve dar condies para que a comunidade possa proteger a terra indgena. A ao do governo em favor dessa populao, j prevista, consiste na capacitao e qualicao dos professores e agentes de sade, melhoria na assistncia produo, instalao de equipamentos de motor com gerador e melhorias nas picadas demarcatrias, garantindo limpeza e manuteno, o que h 20 anos no feito.

Foto: Loureno Krikati. Relatrio: reas de ocupao indgena ainda no regularizadas no Acre e Sul do Amazonas. Relatrio de visita aos grupos do alto Purus e alto rio Iaco. Relatrio: Os Manchineri e Jaminawa do rio Iaco. So Paulo: PUC, Terras Indgenas: Mamoadate, cabeceira do rio Acre e Caet. Brasilia Assis Brasil.

Rio Branco, Relatrio de viagem a terra indgena Mamoadate. A cultura Madija Ftima Ferreira Em meados do sculo XIX, os Madija sofreram os primeiros contatos com a civilizao branca, causando uma drstica reduo desse povo.

Os Madija eram um dos grupos mais numerosos da regio, que compreende o Acre e sul do Amazonas. Tal processo transformou-os, de moradores tradicionais do interior da oresta em bandos dispersos, passando a viver nas margens dos rios, ora como extratores de ltex para a empresa seringalista, ora como agricultores e caadores para os ribeirinhos.

Os Madija, que no contato receberam a denominao Kulina, tm hoje uma populao estimada em 2. So pertencentes ao subgrupo Araw, da famlia lingstica Aruak. A degradao da cultura material foi evidente, manifestando-se pela substituio do artesanato nativo por objetos introduzidos da cultura envolvente.

E assim foram perdendo sua autonomia, pois para adquirir esses objetos aliengenas, precisavam negociar com a nica coisa que interessava ao colonizador: a fora de trabalho. Suas casas eram grandes malocas de palha, com duas aberturas uma a leste e outra a oeste , que abrigavam famlias extensas. Atualmente vivem em casas construdas sobre esteios, nos moldes regionais de habitaes dos seringueiros. Segundo vrios autores os Madija so entre os grupos da regio, os que mais preservaram sua integridade cultural.

Acredita-se que tenham desenvolvido alguma forma de defesa sociocultural, pois ao longo de sua histria, guerreavam constantemente A estratgia de sobrevivncia explicada em parte pelas relaes que se estabelecem numa aldeia, a partir de manaco trocar ou retribuir. O seu sistema de reciprocidade, segundo a literatura disponvel aponta, no pode ser comparado a outra forma de relacionamento que tenham estabelecido com os brancos.

Eles vm pouco s cidades, s o fazendo em caso de doena ou motivao poltica. Quando perguntados, armam que no desejam viver longe de suas aldeias. Tambm raro ouvir falar que um Madija casou-se ou pretende casar-se com uma mulher de outra sociedade. Esforam-se pouco ou nada para falar portugus, sendo raros os jovens que conseguem expressar-se nesta lngua, com a exceo dos. Um dos aspectos que os evidencia fortemente para o observador externo a musicalidade.

Qualquer visitante que passa por uma aldeia percebe os cantos, as autas, a msica a qualquer hora do dia. A questo da doena para os Madija causada por dori feitio , que se manifesta na forma de um objeto que entra no corpo da vtima atravs de insero mgica, podendo ser uma pequena pedra, um pedao de pau ou ossos, causando muita dor no corpo do doente.

Embora se reconhea hoje em dia que h doenas que no so dori, as doenas de branco dsama coma literalmente terra doente , seu sistema de crena invariavelmente as atribui ao dori, que se no as provoca diretamente, age no sentido de colocar a pessoa num estado tal que ela se torne sucessvel a adoecer. Quem lana o dori sempre o dsopinej xam , que nunca age contra algum de seu prprio grupo.

Dessa forma, a doena se deve a um xam, de um grupo rival na aldeia, ou de gente Madija ou no. Muitos conitos aconteceram e ainda acontecem, por conta disso, na forma de manaco vingana entre Madija de localidades diferentes ou outras etnias.

Os homens, bichos e plantas vivem em nami terra , enquanto que os espritos ocupam o mundo subterrneo, nami budi. Os bichos e animais de caa tambm vivem em nami budi, subindo a terra para.



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